Mineiro é dono de pizzaria e dá cursos em Cabul
Em meio ao conflito que se arrasta há oito anos no Afeganistão, o brasileiro Sérgio* encontrou formas de realizar seu sonho: ajudar na reconstrução do país e ser um homem de negócios.
Em meio ao conflito que se arrasta há oito anos no Afeganistão, o brasileiro Sérgio* encontrou formas de realizar seu sonho: ajudar na reconstrução do país e ser um homem de negócios.
O mineiro, de 38 anos, que não quis revelar seu nome por questões de segurança, mudou-se com a mulher e os dois filhos para Cabul em outubro de 2005 e, hoje, é dono de um centro educacional que oferece cursos profissionalizantes e de uma pizzaria, que ganhou o nome de Pizza Brasil.
"Viemos para cá ajudar na reconstrução do país e, ao mesmo tempo, estamos ganhando dinheiro”, disse Sérgio à BBC Brasil
"Sempre gostei de sair pelo mundo, conhecer outras culturas. É fascinante poder conhecer o mundo islâmico que, apesar de pouca liberdade, tem um povo muito alegre e acolhedor, parecido com o brasileiro", comparou.
No Brasil, ele trabalhava como representante comercial e morou com a família em várias cidades, sempre em busca de "explorar, conhecer o mundo".
Sua vocação para ser nômade, no entanto, não parece ter sido herdada pelos filhos. Ele conta que os meninos, de 15 e 11 anos, não gostam de morar no Afeganistão e querem voltar para a Escócia.
"A vida aqui não tem lazer nenhum. A gente faz tudo em casa. A casa é nosso shopping, nosso tudo", disse. "Saímos na rua o mínimo possível, temos um motorista e empregados para fazer as compras."
Ele contou que, com parte dos lucros da pizzaria, é possível bancar os estudos de 50% dos alunos. Entre os cursos oferecidos estão carpintaria, inglês, costura, bordado, crochê, pintura e informática.
Os cursos duram, em média, seis meses e contam, atualmente, com 100 alunos afegãos matriculados.
À frente da escola está a mulher de Sérgio que, por ser pedagoga, conseguiu a autorização do governo afegão para abrir o centro educacional.
"Vivo falando para os meus amigos brasileiros que, aqui, há muitas oportunidades. Se viessem pra cá e abrissem uma padaria, iam fazer o maior sucesso." Até agora, não conseguiu convencer nenhum.
Fazer tchbum
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