Email enviado por Ana Rosa, irma de Ana Virginia.
Olá ,Sei que muitos me procuram ansiosos por notícias.
Estou atualizando o site, porém adianto a vocês um resumo de tudo que passei e vivi em Portugal na semana passada.11/02/08 segunda-feira: Desembarquei em Lisboa com o coração saltitante de ansiedade, pois não via a hora de rever minha irmã, depois de oito meses,dos quais sete correspondem a toda esta tragédia pela perda de Léo e pelasua prisão. Wally estava me esperando no aeroporto e fiquei hospedada emsua casa. Uma pessoa de uma grandeza de espírito inigualável.
Uma francesa pedagoga que vive a 20 anos em Lisboa. Tem um sentimento de solidariedade tão grande, que seria a sua casa que acolheria Ana Virgínia, caso a justiça deferisse o pedido da liberdade vigiada.
As 13h fui para o hospital prisão, a ansiedade era tanta que nem conseguiaraciocinar direito. Chegando lá, fui bem recebida na recepção: todas asguardas estavam esperando as irmãs que chegariam do Brasil. Na entradamesmo conheci a nossa advogada portuguesa pessoalmente, que estavavisitando A Virginia, para as preparações finais de seu depoimento. Porisso, neste dia fiquei dez minutinhos com minha irmã, apenas para lhe darum abraço bem apertado em nome de todos que torcem por ela. Fiquei nasalinha de visita, e quando ela chegou, nos abraçamos tanto, e choramosmuito de alegria e de saudades.
Nem acreditei que estava com ela, depois de todos estes momentos aterrorizantes que passamos nos últimos meses. O braço dela está se regenerando, já consegue elevar um pouco, porém não tem resistência física. Está com um aspecto saudável, apesar das medicações, pois a achei um pouco inchada e com olheiras. Está tão branca, que nem parece a Ana Virginia sempre morena de sol.12/03/08 terça-feira: Pela manhã fiquei reunida no escritório dosadvogados, onde discutimos bem as estratégias da defesa. À tarde, era omomento mais emocionante, fui para o hospital, desta vez poderia ficar otempo integral da visita, de 14:30 as 16:00h. Conversamos muito e nãochoramos. Deixei com ela uma roupa mais arrumada, porém discreta, batom,lápis de olho e um estojinho de sombras, para ela usar no dia seguinte, naprimeira audiência. Afinal neste dia seria importante ela resgatar umpouco sua vaidade de mulher bonita que sempre teve.
À noite fui conhecer pessoalmente e jantar com meu amigo Antônio Serzedelo, do Vidas Alternativas, personagem muito importante para mim, pois mesmo à distância, sempre me ajudou e apoiou muito o caso de Ana Virginia. Noite muito agradável. Para quem já entrou no portal do VA, também conheci o local onde ele faz suas entrevistas, e as minhas inclusive.13/02/08 quarta-feira: Acordei às 5 da manhã, pois fui esperar as demaistestemunhas de defesa que chegavam do Brasil: Ana Regina, Joice (amiga de Viga), Dra Clarice (médica legista), César (pai de Léo) e Dr Lidivaldo Brito (procurador da justiça e amigo da família).
Fomos direto para o tribunal em Alenquer e permanecemos na sala detestemunhas, juntamente com as demais que residem em Portugal. Na sala em frente, estavam sentadas as testemunhas de acusação, inclusive o Nuno, que sequer levantou a cabeça, demonstrando total constrangimento com apresença da família de Viga.
A audiência iniciou com o depoimento de A Virginia, que durou mais de umahora. Ela enfrentou de peito erguido o júri, apesar da arrogância de seuscomponentes, mas conseguiu falar. Que alívio!Em seguida começaram os depoimentos dos bombeiros e guardas que a prenderam.
As 13 h, a juíza encerrou, marcando a nova audiência para 12 de março,porém nossas advogadas intervieram e foi concedida uma audiência extra nodia 15, para os depoimentos das testemunhas que se deslocaram do Brasil.À tarde, eu, Rege e Joice, fomos ao hospital ver Viga. Uma festa, elamuito feliz, apresentando as irmãs para todos.
Notei que está sendo bem tratada e que os funcionários têm um carinho especial por ela. Viga parecia uma criança: todo mundo que passava ela nos apresentava: "olha, estas são minhas irmãs que chegaram do Brasil!", como quem diz: ei...eu tenho família viu? E eles me amam e acreditam em mim!À noite, mais uma rodada de reunião no escritório dos advogados, paraanálise do andamento do julgamento e definição de novas estratégias.14/02/08 quinta-feira: À tarde, estivemos novamente com nossa Viguinha,que se mostrava mais fortalecida com nossa presença, elevando assim suaalto estima e confiança de que tudo acabará bem. Em todos estes diassempre levávamos roupas, pijamas, material de uso pessoal, revistas ejornais do Brasil com as notícias do carnaval e, finalmente pude adquirirum estoque enorme de cartões HELLO BRAZIL!!!!!hehehe.Saímos de lá e fomos buscar todos os pertences de Leonardo que aindaestavam em poder do antigo advogado. Trouxemos tudo para casa, pois Viga pede que se guarde até o seu retorno, quando ela pessoalmente, faz questão de doar às crianças carentes.15/02/08 sexta-feira: Pela manhã fomos para Alenquer, onde as testemunhas brasileiras prestaram depoimento. Pude realmente constatar a falta de interesse e de imparcialidade das três juízas, demonstrando um certo descaso e desprezo. Mesmo assim, neste ambiente hostil, cumprimos com os nossos papéis de testemunhas abonatórias e Dra Clarice com sua contestação do laudo, que provocou ira nas magistradas, porque não admitiam que uma médica brasileira apontasse erros em um laudo do IML português: Mas mesmo assim, cada um de nós falou tudo que nos foi previamente orientado pelas advogadas.
Novamente passamos a tarde no hospital prisão. Conheci o Dr Pedro, psicólogo do hospital que cuida e acompanha A Virginia. Um amor de pessoa,Viga sempre me falou muito bem dele e fiz questão de agradecê-lo por todoo apoio e dedicação que tem dado a ela, pois tem uma grande participaçãona recuperação sua emocional.16/02/08 sábado: Pela manhã eu e Ana Regina fomos tomar um café com aVice-Cônsul do Brasil em Lisboa, Dra Marília Oliveira. Percebi que somosiluminadas, pois Deus colocou pessoas muito boas em nosso caminho. Aatuação da Dra Marília na permanência de Viga no hospital foi fundamental,impedindo-a de retornar para o presídio de Tires. Coloquei-a a par dojulgamento e ela me garantiu que estará presente nas próximas audiências,juntamente com prepostos do governo brasileiro, conforme Pellegrino acordou com o secretário Romeu Tuma.
À tarde fomos para o último dia de visita, e por conta disso, a Sub-Chefeda guarda prisional permitiu que ficássemos mais uma hora com ela, após ohorário oficial. Passei todo este tempo olhando para Viga, já medespedindo internamente e contendo as lágrimas. As 17h o guarda avisou que o horário havia acabado. Chegou a despedida. Ela nos abraçou e estava se mantendo forte e sorrindo. Porém quando nos abraçamos, eu mesma nãoagüentei: ela me disse ao ouvido: "muito obrigada minha irmã, se não fossevocê eu não estaria mais aqui, você é minha madrinha, substitui a mãe".Então lhe respondi que não estou lutando por obrigação de madrinha e simporque a amo muito.
Foi muito duro retornar para casa e deixá-la naquele lugar que, apesar dotratamento amistoso, não é o seu lugar!
Saímos e olhei para trás: ela estava atrás do vidro com aquela carinha depedinte: "me levem também!"
Descemos a rampa para a saída e ela já tinha subido e nos acenou da janelade seu quarto cheio de grades.Chegamos no domingo, dia 17/02/08 em Salvador com o coração apertado, pois em nossa imensa bagagem, faltava a peça principal: Ana Virgínia, mas commuita confiança de que, a partir do dia 12 de março, quando serão ouvidasduas testemunhas de acusação (Nuno e uma enfermeira) e as demais de defesa, que são os médicos portugueses, que estão trabalhando junto aos advogados dela, a fim de mostrar para a justiça portuguesa todos os erroscometidos nas investigações policiais e os contidos no laudo de Léo.Agora sim, a contestação às acusações começará, e estamos nos preparando para que a verdade seja ouvida aos quatro cantos do planeta:
Ana Virginia é inocente, ela não tem culpa na fatalidade que ceifou a vida de nosso Léo, pois o laudo consta que ele teve uma convulsão muito forte e por isso nos deixou. A quantidade da medicação dele encontrada em sua corrente sanguínea é muito abaixo da dose terapêutica que tomava diariamente.
No próximo mês retornarei para a próxima audiência, e desta vez nossa irmãAna Letícia irá também. Ela e Viga precisam se ver também. Sei que aindanão será desta vez que regressaremos com ela, mas na próxima...quem sabe!Sds,Ana Rosa Sardinha LimaGestão de ProjetosMana Engenharia e Consultoria S/A71 2107371971 99818116
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