fevereiro 21, 2008

Noticias de Ana Virginia



Email enviado por Ana Rosa, irma de Ana Virginia.

Olá ,

Sei que muitos me procuram ansiosos por notícias.
Estou atualizando o
site, porém adianto a vocês um resumo de tudo que passei e vivi em Portugal na semana passada.

11/02/08 segunda-feira: Desembarquei em Lisboa com o coração saltitante de ansiedade, pois não via a hora de rever minha irmã, depois de oito meses,
dos quais sete correspondem a toda esta tragédia pela perda de Léo e pela
sua prisão. Wally estava me esperando no aeroporto e fiquei hospedada em
sua casa. Uma pessoa de uma grandeza de espírito inigualável.

Uma francesa
pedagoga que vive a 20 anos em Lisboa. Tem um sentimento de solidariedade tão grande, que seria a sua casa que acolheria Ana Virgínia, caso a justiça deferisse o pedido da liberdade vigiada.

As 13h fui para o hospital prisão, a ansiedade era tanta que nem conseguia

raciocinar direito. Chegando lá, fui bem recebida na recepção: todas as
guardas estavam esperando as irmãs que chegariam do Brasil. Na entrada
mesmo conheci a nossa advogada portuguesa pessoalmente, que estava
visitando A Virginia, para as preparações finais de seu depoimento. Por
isso, neste dia fiquei dez minutinhos com minha irmã, apenas para lhe dar
um abraço bem apertado em nome de todos que torcem por ela. Fiquei na
salinha de visita, e quando ela chegou, nos abraçamos tanto, e choramos
muito de alegria e de saudades.

Nem acreditei que estava com ela, depois
de todos estes momentos aterrorizantes que passamos nos últimos meses. O braço dela está se regenerando, já consegue elevar um pouco, porém não tem resistência física. Está com um aspecto saudável, apesar das medicações, pois a achei um pouco inchada e com olheiras. Está tão branca, que nem parece a Ana Virginia sempre morena de sol.

12/03/08 terça-feira: Pela manhã fiquei reunida no escritório dos
advogados, onde discutimos bem as estratégias da defesa. À tarde, era o
momento mais emocionante, fui para o hospital, desta vez poderia ficar o
tempo integral da visita, de 14:30 as 16:00h. Conversamos muito e não
choramos. Deixei com ela uma roupa mais arrumada, porém discreta, batom,
lápis de olho e um estojinho de sombras, para ela usar no dia seguinte, na
primeira audiência. Afinal neste dia seria importante ela resgatar um
pouco sua vaidade de mulher bonita que sempre teve.

À noite fui conhecer pessoalmente e jantar com meu amigo Antônio
Serzedelo, do Vidas Alternativas, personagem muito importante para mim, pois mesmo à distância, sempre me ajudou e apoiou muito o caso de Ana Virginia. Noite muito agradável. Para quem já entrou no portal do VA, também conheci o local onde ele faz suas entrevistas, e as minhas inclusive.

13/02/08 quarta-feira: Acordei às 5 da manhã, pois fui esperar as demais
testemunhas de defesa que chegavam do Brasil: Ana Regina, Joice (amiga de Viga), Dra Clarice (médica legista), César (pai de Léo) e Dr Lidivaldo Brito (procurador da justiça e amigo da família).

Fomos direto para o tribunal em Alenquer e permanecemos na sala de

testemunhas, juntamente com as demais que residem em Portugal. Na sala em frente, estavam sentadas as testemunhas de acusação, inclusive o Nuno, que sequer levantou a cabeça, demonstrando total constrangimento com a
presença da família de Viga.

A audiência iniciou com o depoimento de A Virginia, que durou mais de uma

hora. Ela enfrentou de peito erguido o júri, apesar da arrogância de seus
componentes, mas conseguiu falar. Que alívio!
Em seguida começaram os depoimentos dos bombeiros e guardas que a prenderam.

As 13 h, a juíza encerrou, marcando a nova audiência para 12 de março,

porém nossas advogadas intervieram e foi concedida uma audiência extra no
dia 15, para os depoimentos das testemunhas que se deslocaram do Brasil.
À tarde, eu, Rege e Joice, fomos ao hospital ver Viga. Uma festa, ela
muito feliz, apresentando as irmãs para todos.

Notei que está sendo bem
tratada e que os funcionários têm um carinho especial por ela. Viga parecia uma criança: todo mundo que passava ela nos apresentava: "olha, estas são minhas irmãs que chegaram do Brasil!", como quem diz: ei...eu tenho família viu? E eles me amam e acreditam em mim!
À noite, mais uma rodada de reunião no escritório dos advogados, para
análise do andamento do julgamento e definição de novas estratégias.

14/02/08 quinta-feira: À tarde, estivemos novamente com nossa Viguinha,
que se mostrava mais fortalecida com nossa presença, elevando assim sua
alto estima e confiança de que tudo acabará bem. Em todos estes dias
sempre levávamos roupas, pijamas, material de uso pessoal, revistas e
jornais do Brasil com as notícias do carnaval e, finalmente pude adquirir
um estoque enorme de cartões HELLO BRAZIL!!!!!hehehe.
Saímos de lá e fomos buscar todos os pertences de Leonardo que ainda
estavam em poder do antigo advogado. Trouxemos tudo para casa, pois Viga pede que se guarde até o seu retorno, quando ela pessoalmente, faz questão de doar às crianças carentes.

15/02/08 sexta-feira: Pela manhã fomos para Alenquer, onde as testemunhas brasileiras prestaram depoimento. Pude realmente constatar a falta de interesse e de imparcialidade das três juízas, demonstrando um certo descaso e desprezo. Mesmo assim, neste ambiente hostil, cumprimos com os nossos papéis de testemunhas abonatórias e Dra Clarice com sua contestação do laudo, que provocou ira nas magistradas, porque não admitiam que uma médica brasileira apontasse erros em um laudo do IML português: Mas mesmo assim, cada um de nós falou tudo que nos foi previamente orientado pelas advogadas.

Novamente passamos a tarde no hospital prisão. Conheci o Dr Pedro,
psicólogo do hospital que cuida e acompanha A Virginia. Um amor de pessoa,
Viga sempre me falou muito bem dele e fiz questão de agradecê-lo por todo
o apoio e dedicação que tem dado a ela, pois tem uma grande participação
na recuperação sua emocional.

16/02/08 sábado: Pela manhã eu e Ana Regina fomos tomar um café com a
Vice-Cônsul do Brasil em Lisboa, Dra Marília Oliveira. Percebi que somos
iluminadas, pois Deus colocou pessoas muito boas em nosso caminho. A
atuação da Dra Marília na permanência de Viga no hospital foi fundamental,
impedindo-a de retornar para o presídio de Tires. Coloquei-a a par do
julgamento e ela me garantiu que estará presente nas próximas audiências,
juntamente com prepostos do governo brasileiro, conforme Pellegrino acordou com o secretário Romeu Tuma.

À tarde fomos para o último dia de visita, e por conta disso, a Sub-Chefe

da guarda prisional permitiu que ficássemos mais uma hora com ela, após o
horário oficial. Passei todo este tempo olhando para Viga, já me
despedindo internamente e contendo as lágrimas. As 17h o guarda avisou que o horário havia acabado. Chegou a despedida. Ela nos abraçou e estava se mantendo forte e sorrindo. Porém quando nos abraçamos, eu mesma não
agüentei: ela me disse ao ouvido: "muito obrigada minha irmã, se não fosse
você eu não estaria mais aqui, você é minha madrinha, substitui a mãe".
Então lhe respondi que não estou lutando por obrigação de madrinha e sim
porque a amo muito.

Foi muito duro retornar para casa e deixá-la naquele lugar que, apesar do

tratamento amistoso, não é o seu lugar!

Saímos e olhei para trás: ela estava atrás do vidro com aquela carinha de

pedinte: "me levem também!"

Descemos a rampa para a saída e ela já tinha subido e nos acenou da janela

de seu quarto cheio de grades.

Chegamos no domingo, dia 17/02/08 em Salvador com o coração apertado, pois em nossa imensa bagagem, faltava a peça principal: Ana Virgínia, mas commuita confiança de que, a partir do dia 12 de março, quando serão ouvidasduas testemunhas de acusação (Nuno e uma enfermeira) e as demais de defesa, que são os médicos portugueses, que estão trabalhando junto aos advogados dela, a fim de mostrar para a justiça portuguesa todos os erroscometidos nas investigações policiais e os contidos no laudo de Léo.
Agora sim, a contestação às acusações começará, e estamos nos preparando para que a verdade seja ouvida aos quatro cantos do planeta:

Ana Virginia
é inocente, ela não tem culpa na fatalidade que ceifou a vida de nosso Léo, pois o laudo consta que ele teve uma convulsão muito forte e por isso nos deixou. A quantidade da medicação dele encontrada em sua corrente sanguínea é muito abaixo da dose terapêutica que tomava diariamente.

No próximo mês retornarei para a próxima audiência, e desta vez nossa irmã

Ana Letícia irá também. Ela e Viga precisam se ver também. Sei que ainda
não será desta vez que regressaremos com ela, mas na próxima...quem sabe!


Sds,
Ana Rosa Sardinha Lima
Gestão de Projetos
Mana Engenharia e Consultoria S/A
71 21073719
71 99818116

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