Senado confirma contratação de 45 servidores, nomeados por atos secretos
O Senado convalidou nesta quinta-feira a contratação de 45 servidores da Casa Legislativa que foram nomeados por meio de atos secretos --entre eles Maria do Carmo de Castro Macieira, sobrinha da mulher do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e Nathalie Rondeau, filha do ex-ministro Silas Rondeau.
Ato publicado hoje no boletim administrativo de pessoal do Senado, assinado pelo diretor-geral da instituição, Haroldo Feitosa Tajra, convalida a contratação de 45 dos 79 servidores que foram contratados para trabalhar na Casa sem a devida publicidade.
Maria do Carmo trabalha no gabinete do senador Mauro Fecury (PMDB-MA), que assumiu a vaga deixada pela governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB).
No início de agosto, ao se defender no plenário da Casa das acusações de contratação de parentes por atos secretos, Sarney negou relação com Maria do Carmo. "Eu confesso que não sei quem é. Tem o nome de Macieira, mas também não sei quem é", disse.
Nathalie chegou ao Senado em agosto de 2005 para trabalhar como assessora do Conselho Editorial do Senado, que escolhe as publicações da Casa.
A indicação dela foi considerada polêmica, porque além da ligação de seu pai com a família Sarney, ela é aspirante a modelo.
O Senado já havia suspendido o pagamento de salários aos servidores, mas a partir do ato publicado hoje todos voltam a ter seus vencimentos pagos normalmente. Os processos dos demais 34 servidores contratados por atos secretos ainda estão sendo analisados pela Diretoria Geral --entre eles o de Henrique Dias Bernardes, ex-namorado da neta de Sarney.
Nomeado por ato secreto em abril de 2004 para um cargo na Diretoria Geral, Bernardes foi deslocado para a área administrativa no serviço médico do Senado.
A contratação de Bernardes complicou a situação de Sarney. A divulgação de conversas interceptadas pela Polícia Federal mostrou que o presidente do Senado negociou diretamente a contratação de Bernardes a pedido de sua neta. Em entrevista à Folha Online, no mês passado, Bernardes afirmou que "para o Senado era bom ter um funcionário como ele".
O comando do Senado não soube informar quantos desses servidores que tiveram as contratações validadas trabalham em gabinetes.
O sistema utilizado pelo Senado para confirmar a prestação de serviço dos nomeados por ato secreto foi considerado frágil porque deixou sob o critério político a decisão de demiti-los dos quadros do Senado.
Para serem mantidos no cargo, esses 45 servidores tiveram que comprovar que a nomeação foi solicitada pelo senador ou pelo chefe direto e que prestaram serviço no Senado
Folha Online Folha Online - Brasil - Mesa do Senado rejeita recurso do PSOL para reabrir processo contra Sarney - 20/08/2009
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