setembro 23, 2009

José Carlos Tórtima: Sobre Nelsinho Piquet

Uma chance perdida


Um dos maiores advogados deste País, infelizmente já falecido, costumava dizer aos jovens colegas em início de carreira:
“sejam sempre corretos no exercício da profissão, nem que seja por esperteza”.
A mensagem que estava querendo transmitir é que a honestidade, além de valioso atributo de caráter, é também, ao contrário do que pensam alguns, condição básica para o sucesso na vida profissional.
Isso vale para qualquer profissão, inclusive no esporte, servindo como exemplo do que digo os atletas que tiveram as carreiras abreviadas pelo uso do doping.
E Nelsinho Piquet?
Não poderia ter escrito um final bem mais feliz para ele neste escândalo que vem abalando o circo da Fórmula 1?
Penso que Piquet foi mesmo vítima de chantagem, do tipo “ou você faz meu jogo ou cai fora”, para forjar o acidente em Cingapura. Mas não poderia ter ele resistido?
Eu diria não apenas que sim, mas que o piloto terá perdido ali a grande oportunidade de sua vida.
Vamos “voltar a fita” do episódio. Imagino-o ali no grid de largada, minutos antes da partida, pensando: devo aceitar esse absurdo? Não! Não vou fazer um papelão desses, vou é correr pra ganhar!
Os carros partem e, algumas voltas depois, ouve-se a transmissão em inglês pelo rádio: “Sr. Briatore?”. “Sim, filho”. “Não dá pra fazer o que o me pede, chefe, tenho um nome a zelar”. Com o microfone fechado, o outro resmunga, espumando de raiva: “f.d.p.”
A oportunidade perdida por Nelson Piquet Júnior?
Primeiro, a de mostrar ao mundo a raça e o valor da nossa gente. Mas também a de desfrutar dos bons contratos de publicidade que essa imagem positiva lhe garantiria.
Presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-RJ
O Dia Online

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