‘Não confie no Twitter’, diz principal crítico da web 2.0
Inglês Andrew Keen participa de debate na Bienal do Rio nesta sexta (11).Escritor fala ao G1 sobre pirataria, conteúdo livre e pede dicas aos leitores.
“Eu não acho que as pessoas deveriam usar o Twitter como fonte de notícias. Recentemente eu escrevi de brincadeira no Twitter que a Microsoft havia comprado o Twitter, e de repente todo mundo estava falando da suposta venda”.
Grande usuário do serviço de microblogging, o jornalista e escritor inglês Andrew Keen não poupa nem a febre mais recente do mundo on-line de suas críticas. Autor do livro “O culto ao amador”, Keen é um dos críticos mais ferozes da chamada web 2.0 – ou seja, dos sites que se baseiam em conteúdos gerados pelos usuários.
Sua tese principal é de que a “democratização” da internet estaria minando a qualidade da informação disponível na rede, substituindo produtos culturais (notícias, filmes, músicas) de alta qualidade por conteúdo “pobre” criado pelos usuários comuns. “Nunca disse que não deveríamos usar a internet – eu a uso como qualquer um.
O Twitter é uma forma pública do e-mail, é uma boa maneira de ‘pensar em voz alta’, mas não publicaria nada com alguma seriedade ali”, explica o escritor em entrevista por telefone ao G1. Keen está no Rio de Janeiro, e participa de um debate às 17h desta sexta-feira (11) na Bienal do Livro.
“Isso (a brincadeira que virou ‘notícia’) reflete o fato de o Twitter não ser ‘mediado’, e é por isso que não se deve acreditar no que se lê ali.
Quando acontece algo no mundo, as pessoas procuram fontes confiáveis de notícias, pode ser a CNN, a BBC ou o 'New York Times', ou talvez algum blog.
As pessoas sempre pensam em substitutos, o que vai substituir o quê.
O Twitter não vai substituir nada. É um site diferente, é bom, é divertido, provavelmente tem um futuro, mas certamente não é o futuro da imprensa”, explica. Continua ...
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