A mão pequena e lisa, como que munida de um frenesi musical não parava de ir e vir, ora ao doce receptáculo, ora aos lábios.
Cá e lá. Lá e cá.
A língua ousava estender-se, acompanhando o ritmo surdo, procurando nuances de sabor em cada gota caçada com indizível prazer.
Dedos trabalhavam leves, umedecendo-se no líquido viscoso, trazendo-os à boca que, gulosa, os sugava sem nenhum decoro.
Os últimos e insistentes movimentos de cabeça denunciavam o final, um êxtase, o clímax do sabor que jamais se desfaria em reminiscências.
Bons tempos aqueles, limpando a tigela de compota da vovó.
Parabens Ordisi.
Fazer tchbum
Postar um comentário