junho 03, 2009

Lama espanhol, escolhe ser agnostico

Quando criança, ele foi colocado em um trono e adorado por monges que o tratavam como um deus. Duas décadas depois, o garoto que foi apontado pelo Dalai Lama como a reencarnação de um líder espiritual causa consternação entre os budistas ao virar as costas à ordem que depositou nele altas esperanças. UOL


Budismo: Lama espanhol estuda cinema e escolhe vida de agnóstico
O lama Osel, um jovem espanhol considerado pelos tibetanos a reencarnação do seu primeiro líder espiritual, o lama Yeshe, vive em Madrid e estuda cinema desde que deixou o mosteiro onde passou a sua infância.
Em entrevista publicada hoje pelo jornal El Mundo, o jovem futuro líder espiritual dos tibetanos confessa ser "agnóstico" e não tencionar cumprir esse destino de santidade e de liderança religiosa que lhe foi traçado pela hierarquia dos monges do Tibete.
Aos 18 anos de idade, Osel Hita Torres decidiu "mandar na sua própria vida" e deixou o mosteiro de Sera, no sul da Índia, onde passou 12 anos da sua vida, por ali se sentir "infeliz".
Agora, aos 24 anos, Osel Hita Torres até declara que não é budista.
"Não sou budista, sou agnóstico científico espiritual, herdeiro da multinacional oficial", respondeu o designado lama espanhol, referindo-se à Fundação criada para preservar a tradição Mahayana (FPMT), criada pelo lama Yeshe e que também trata de prover às necessidades dos eleitos da hierarquia máxima tibetana.
"Na verdade, nunca senti fazer parte disso. Jamais me seria capaz de doutrinar outros porque estou sempre a mudar de opinião", confessa o lama Osel.
Na entrevista, Hita Torres afirma ter sofrido muito quando era criança depois de ter sido "reconhecido" aos 14 de idade como reencarnação de Yeshe, depois feito recluso no mosteiro de Será a partir dos seis anos sob uma disciplina "medieval".
"Eu sempre fui muito rebelde. A única maneira de ser controlado era à reguada e isso afectou-me muito, psicologicamente.
Ainda hoje sinto raiva", declarou o designado jovem lama.

Aos oito anos, Osel grava uma cassete para pedir à mãe, igualmente budista, que fosse resgatá-lo do mosteiro, o que ela fez mas por pouco tempo, devolvendo-o depois ao convento.

Pouco antes de fazer 18 anos, Osel pediu aos monges para o deixarem partir, ao que eles acederam sob condição de que mais tarde regressasse.

"Prometi regressar e vou fazer isso. Vou voltar lá para enfrentar o meu passado e eu próprio poder aceitá-lo", afirma Osel Hita Torres, após dez anos de vida no exterior das instalações espirituais tibetanas no sul da Índia, onde está exilada a hierarquia de cúpula dos tibetanos, nomeadamente o Dalai Lama.

O jornal publica fotografias de Osel em criança e outras actuais, mostrando sempre o jovem apenas de perfil para não ser identificado, a pedido do próprio.

Expresso

Tadinho do menino, forcado a ser lama, sem dom.

Fazer tchbum

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