maio 30, 2009

Internação psiquiátrica


“Ninguém aguenta uma pessoa delirante dentro de casa”

O poeta Ferreira Gullar, 78 anos, teve dois filhos com esquizofrenia.

Paulo, 50 anos, vive num sítio em Pernambuco há cinco.
Marcos, que tinha um quadro mais leve da doença, morreu em 1992, de cirrose hepática.
Recentemente, Gullar escreveu três artigos no jornal Folha de S. Paulo sobre a falta de vagas para internação psiquiátrica.
A reação dos leitores chamou atenção para uma das maiores controvérsias da psiquiatria: o que fazer com doentes mentais em estado grave?
Leia a entrevista abaixo.
Revista Epoca-2
Gullar concedeu a seguinte entrevista a ÉPOCA em seu apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro (confira o vídeo com trechos da conversa).




Internacao
Ele entrava em surto
E o pai o levava de
carro para
a clínica
ali no Humaitá numa
tarde atravessada
de brisas e falou (depois de meses trancado no fundo escuro de sua alma) pai,
o vento no rosto
é sonho, sabia?
"Dói internar um filho. Às vezes não há outro jeito"
Quando o escritor Ferreira Gullar publicou em 1999 o poema “Internação, já era um veterano na convivência com doentes mentais.
Quem fez a observação sobre o vento foi Paulo, seu filho mais velho, que hoje tem 50 anos. Ele sofre de esquizofrenia, doença caracterizada, entre outras coisas, por dificuldade em distinguir o real do imaginado.
... Remédios modernos permitem que pessoas como Paulo passem longos períodos em estado praticamente normal. Sem alucinações, sem agitação, sem agressividade.
Mas o tratamento só funciona se o doente tomar os medicamentos antipsicóticos todos os dias e na dose certa. Isso nem sempre acontece.
O resultado são os surtos, quando o paciente se torna quase incontrolável.
Pode cometer suicídio ou agredir quem está por perto.
Nesses momentos, esses doentes costumam precisar de internação.
Revista Epoca-1
Sem contar com o tratamento recebido dentro de alguns manicomios.


Austregésilo Carrano Bueno

Bicho de sete cabeças é um filme brasileiro lançado em 2001, do gênero drama, dirigido por Laís Bodanzky, e com roteiro de Luiz Bolognesi baseado no livro auto-biográfico Cantos dos Malditos de Austregésilo Carrano Bueno.
Wikipedia
A grande cabeça por traz do filme Bicho de Sete Cabeças, o escritor Austregésilo Carrano Bueno, morreu, 28/05/2008 aos 51 anos, de um câncer no fígado, no Hospital das Clínicas, em São Paulo.
O autor escreveu o livro Canto dos Malditos, lançado nos anos 90, que narrava supostos abusos praticados em centros psiquiátricos em Curitiba e no Rio, dos quais era interno, o que originou o filme Bicho de Sete Cabeças (2001), dirigido por Laís Bodanzky e com Rodrigo Santoro no elenco principal.
Bueno foi internado aos 17 anos, em 1974, após seu pai ter encontrado uma trouxinha de maconha nos seus pertences.
Ele narra, então, que era submetido a sessões de eletrochoque e a tomar medicamentos fortes, além do relacionamento difícil com os funcionários dos centros em que estava internado.
Como conseqüência dos anos de internação, segundo ele, teve problemas de visão e seqüelas no crânio.
Carrano Bueno tornou-se mais tarde um dos símbolos do movimento antimanicomial.
O Grito

Carrano, ainda perdeu para a justica Aqui e Aqui, tentaram calar sua boca.
A grande maioria das pessoas com problemas mentais, nao aceitam o tratamento, as que tem um pouco mais de lucidez, sao dificeis de lidar; teimosas e agressivas.
Li o livro, tive que parar algumas vezes para chorar copiosamente, este rapaz, sofreu terrivelmente.

Fazer tchbum

Postar um comentário