janeiro 31, 2007

A mais bela flor













O bosque estava quase deserto quando o homem sentou-se para ler
embaixo dos longos ramos de um velho carvalho.

Estava desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o
mundo estava tentando afundá-lo.

E como se já não tivesse razões suficientes para arruinar o seu dia,
um garoto chegou, ofegante, cansado de brincar.

Parou na sua frente, de cabeça baixa e disse, cheio de alegria:

- Veja o que encontrei!

O homem olhou desanimado e percebeu que na sua mão havia
uma flor.

Que visão lamentável! Pensou consigo mesmo. A flor tinha as
pétalas caídas, folhas murchas, e certamente nenhum perfume.

Querendo ver-se livre do garoto e de sua flor, o homem desiludido
fingiu pálido sorriso e se virou para o outro lado.

Mas ao invés de recuar, o garoto sentou-se ao seu lado, levou a flor
ao nariz e declarou com estranha surpresa:

- O cheiro é ótimo, e é bonita também...

- Por isso a peguei. Tome! É sua.

A flor estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes como
laranja, amarelo ou vermelho, mas ele sabia que tinha que pegá-la,
ou o menino jamais sairia dali.

Então estendeu a mão para pegá-la e disse, um tanto contrafeito:

- Era o que eu precisava.

Mas, ao invés de colocá-la na mão do homem, ele a segurou no ar,
sem qualquer razão.

E naquela hora o homem notou, pela primeira vez, que o garoto era
cego e que não podia ver o que tinha nas mãos.

A voz lhe sumiu na garganta por alguns instantes...

Lágrimas quentes rolaram do seu rosto enquanto ele agradecia,
emocionado, por receber a melhor flor daquele jardim.

O garoto saiu saltitando, feliz, cheirando outra flor que tinha na mão,
e sumiu no amplo jardim, em meio ao arvoredo.

Certamente iria consolar outros corações, que embora tenham a visão
física, estão cegos para os verdadeiros valores da vida.

Agora o homem já não se sentia mais desanimado e os pensamentos
lhe passavam na mente com serenidade. Perguntava-se a si mesmo
como é que aquele garoto cego poderia ter percebido sua tristeza a
ponto de aproximar-se com uma flor para lhe oferecer.

Concluiu que talvez a sua auto-piedade o tivesse impedido de ver a
natureza que cantava ao seu redor, dando notícias de esperança e
paz, alegria e perfume...

E como as Leis da Vida são misericordiosas, permitiram que um
garoto privado da visão física o despertasse daquele estado
depressivo.

E o homem, finalmente, conseguira ver, através dos olhos de uma
criança cega, que o problema não era o mundo, mas ele mesmo.

E ainda mergulhado em profundas reflexões, levou aquela feia flor
ao nariz e sentiu a fragrância de uma rosa...



Verdadeiramente cego é todo aquele que não quer ver a realidade
que o cerca.

Tantas vezes, pessoas que não percebem o mundo com os olhos

físicos, penetram as maravilhas que os rodeiam e se extasiam
com tanta beleza.

Talvez tenha sido por essa razão que um pensador afirmou que

"o essencial é invisível aos olhos."

Fonte: Portal Diabetes Motivacional






















Fazer tchbum

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