janeiro 12, 2007

Um modo de vida

(Suva

capital de Fiji)

Somos uma nação de comunicadores, mas comunicação nem sempre é conexão. Lembro-me de uma cena em um filme de Woody Allen na qual um grupo de nova ? iorquinos solitários está sentado à mesa tomando cerveja, conversando freneticamente uns com os outros a fim de aliviar a solidão.
Todo mundo fala ao mesmo tempo. Aos poucos, eles vão
elevando a voz e interrompendo uns aos outros na tentativa de
se fazer ouvir. Por fim, ficam tão desesperados que acabam,
realmente, cuspindo uns nos outros no esforço de fazer contato,
o que eles nunca conseguem. Essa cena, em geral, provoca risos.
Acho que cada vez mais a vida vem se assemelhando a isso.

Nos dias de hoje, a desconexão é um hábito, um modo de vida.
Eu não me dera conta do quanto vivia isolada até passar uma
semana em Fiji. Chegando à noite, desfazendo as malas,peguei
despreocupadamente o material de leitura deixado no quarto
pela gerência do hotel. Sob o título: ?Diferenças Culturais?,
surpreendi - me ao descobrir que em Fiji são consideradas
boas maneiras, cumprimentar pessoas totalmente estranhas
na rua. O folheto era bem explícito, não era motivo de alarme
ver-se cumprimentado por estranhos, na verdade, as pessoas
achariam uma grosseria se eu não respondesse à altura.

O modo correto era fazer contato visual e reconhecer a presença
do outro com um meneio de cabeça ou um sorriso, ou ainda
dizendo Bu-la. No lugar onde fui criada, a cidade de Nova York,
uma coisa assim seria exatamente imprudente. Achando graça,
decidi tentar.

O que isso significa na prática é o seguinte: você desce a rua até
o correio, vai comprar selo para um cartão - postal. Pelo caminho
pode cruzar com três ou quatro pessoas, saudando cada uma com
um aceno de cabeça ou dizendo Bu?la e recebendo delas o
cumprimento. Você compra o selo, uma transação que demora só
um instante. No caminho de volta, passa exatamente pelas mesmas
pessoas, e espera-se que você torne a cumprimentá-las, muito
embora tenha cruzado com elas apenas alguns momentos antes.
A princípio isso é irritante, mas no final de uma semana já se tornou
uma segunda natureza.

Retornei então aos Estados Unidos. Saindo às pressas para abastecer
a geladeira vazia, vi-me em uma rua movimentada da Califórnia.
Absolutamente sozinha. Ninguém fazia contato visual.
Ninguém me cumprimentava. Ninguém sorria. Bem no meu íntimo,
senti-me invisível e diminuída. E, no entanto, a rua era perfeitamente
conhecida. Era minha terra.

Os habitantes de Fiji têm consciência de uma lei humana básica.
Todos influenciamos uns aos outros. Cada pessoa é parte da
realidade dos outros. Não existe isso de passar por alguém e não
reconhecer seu momento de conexão, de não deixar que os outros
saibam o efeito que produzem em você e não ver o que você produz
neles. Para os habitantes de Fiji, a conexão é natural, simplesmente
o modo como o mundo é feito. Aqui passamos uns pelos outros com
nossas luzes apagadas, como navios à noite.

REMEN, Rachel Naomi. Histórias que Curam
Conversas Sábias ao Pé do Fogão. Ágora, São Paulo 1998.
Fonte: SEBRAE
Ilhas de FIJI



As Ilhas Fiji (ou Fidji) são um país da Oceania que faz fronteiras
marítimas com Tuvalu e com o território francês de Wallis e
Futuna a norte, com Tonga a leste, e com o território francês da
Nova Caledónia, com Vanuatu e com as Ilhas Salomão a oeste.
A sul, a terra mais próxima corresponde às ilhas neo-zelandesas
de Kermadec, mas estão bastante afastadas. Suva é a capital de Fiji.
A cidade está localizada na costa sudeste da ilha de Viti Levu, na
divisão de Fiji Central, que também é o centro administrativo

Fiji - Informações -

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fiji

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre


(corais de Fiji)

Fazer tchbum

Postar um comentário